Próprias Palavras

A liberdade está em se ser dono da própria vida. (Platão)

4.9.06

Amor e paixão by Martha Medeiros


Vejam como são as coisas! Na semana passada escrevi um post neste mesmo blog falando sobre a relação amor x paixão e suas peculiaridades. Não é que a escritora Martha Medeiros (sempre ela), esta semana, em sua coluna no O Globo nos presenteou com um texto que dá um ponto final nas minhas dúvidas e na de quase todos os mortais? Vejam só um trecho do texto:

“...Tem se falado pouco de amor, virou uma coisa meio piegas, antiga. Hoje cultua-se muito mais a paixão e demais sentimentos vulcânicos, aqueles que fazem barulho e estrago, que inspiram loucuras, que causam polêmicas, que atormentam, que dilaceram, que fazem as pessoas se sentirem, ora, ora, vivas. O filósofo romeno Cioran disse que é melhor viver em frenesi do que na neutralidade, e tem razão, vigor é algo de que não podemos abrir mão.
A questão é que nada é mais vigoroso que o amor, este sentimento que erroneamente relacionamos com comodidade e mornidão, tudo porque associamos amor ao casamento: este sim pode vir a se tornar algo acomodado e morno. O amor pega esta carona injustamente.
Amor não é unicamente o que aproxima um homem uma mulher (ou dois homens e duas mulheres). Amor envolve pais e filhos, envolve amigos, envolve uma predisposição emocional para o trabalho, para o esporte, para a gastronomia, para a arte, para a religião, para a natureza, para o autoconhecimento. Amor é um estado de espírito que nos move constantemente, é uma energia que não se esgota, é a única coisa que faz a gente se levantar de manhã todos os dias sem entregar-se para o automatismo, é o que dá algum sentido para este hiato entre duas mortes. Isso não é vulcânico? Ô...”

1 Comentários:

Blogger Katia Simoes disse...

Fábio, muito feliz seu comentário sobre a grande Martha Medeiros. Aliás ainda não li nada dele, que não goste. Muito cristalina mesmo.
Recentemente li o Divã, para ser mais exata ouvi (virei adepta dos audiolivros, pois diariamente enfrento um trânsito "medonho"e a companhia dos audios me fazem relaxar. Não consegui fazer um "link" com o filme que também assisti. Peço escusas aos que gostaram, mas o livro/audiolivro é de uma narração espetacular e de um assunto muito profundo, cotidiano, mas profundo. Tive a sensação qeu eu mesma era a Mercedes. Acredito que muitas pessoas sentiram isso. Como a própria Martha descreve, "compratilhamos emoções", fomos cúmplices . Adoro a Martha Medeiros. Nunca li nada da mesma que não tenha gostado, desde as crônias aos livros. Talvez seja minha porção escritora que quer deixar de ser represada.Adoro crônicas. Fica um abraço para você!

9:10 AM  

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