Próprias Palavras

A liberdade está em se ser dono da própria vida. (Platão)

22.7.08

Provérbio de um vencedor

Acabo de voltar de mais um evento de trabalho. Muita gente dizendo que é, muito mais do que na verdade ela é realmente. Uma verdade ode a hipocrisia. Dai vc anda, finge que conhece alguém, dá um abraço apertado, divide a mesma taça de pró-seco, conta um monte de vantagem, e segue em busca da próxima vítima.

Infelizmente é assim que as relações sociais se estabelecem. Seja no trabalho ou no convívio diário a maioria se estabelece dessa forma. Lógicamente até a quinta taça de chapanhe. Por que daí pra frente, é só descontração. Ninguém é mais de ninguém, todo mundo fala merda e no dia seguinte você, quando se encontra em qualquer outro lugar finge que nada daquilo aconteceu. Foi culpa da maldita cachaça. rs rs rs.

"O verdadeiro vencedor é aquele que transforma as doses de uísque em bons negócios" Fábio Amaral.

11.3.08

Competição é uma merda

Na boa, tô de saco cheio dessa gente que acha que a vida é uma competição. O pior é que os errados acabam sendo nós, que nem preocupados em competir estamos. O problema começa porque o “competidor mor” acha que todo mundo está competindo com ele. Daí ele se convence que precisa chegar na frente, não porque ele quer, mas porque o “mundo” está competindo com ele e daí não o resta outra solução. Ou seja, o competidor se coloca no lugar de vítima e os culpados são os outros. Inversão total de valores, o que já demonstra a falta de coerência desse tipo de indivíduo.

O grau de egoísmo dessas pessoas competitivas é tamanho que elas transformam a vida de todos que a cercam num grande campo de batalha. Quando chega nesse ponto fica difícil de conviver. Você não sabe como agir. Não sabe o que falar. Tem que medir as palavras. Tem que se preocupar no que a pessoa irá pensar antes de abrir a boca, do contrário tudo pode e, certamente, será usado contra você.

Para não criar conflitos você, e toda turma gente boa que te cerca, decide de uma forma velada fazer a política do “tá tudo bem”. É quase a mesma coisa daquelas pessoas que no meio de uma briga adotam a filosofia do “deixa pra lá”.

Quando você adota esse tipo de prática imagina que com o tempo a pessoa irá “se tocar” e mudar de atitude. Vá ver que o mundo não só não está competindo com ela, como na verdade não está nem aí para ela. Mas a “vítima do mundo” jamais enxergaria a questão desse ponto de vista. Para complicar ainda mais ela passa a se achar dona da razão, afinal, concordamos indiretamente com ela ao fazer a política do “tá tudo bem”. Ninguém consegue tirar da sua cabeça que os outros não querem que sua estrela brilhe mais que a dela.

Em suma. O tempo passa, você acha que está fazendo um bem ao tentar apaziguar os conflitos, o “competidor mor” continua achando que o vilão da história é você, e no final das contas você já está de saco cheio de tudo isso. Triste fim.

Mas pior mesmo é a situação dessas pessoas que acham que o mundo é uma competição. Elas querem ser felizes, se esforçam para isso, compõe todo um cenário que só deveria ajudar, mas no final das contas estão preocupadas com questões tão pequenas que nada acaba indo pra frente.

10.3.08

Segunda é dia de começar.


Segunda-feira é dia de começar. Começar a trabalhar, começar a fazer a dieta, começar a programar o final se semana e... começar a malhar! Não é a toa que segunda-feira é um dia considerado chato por dez entre dez brasileiros. Também, o que achar de um dia que vem depois de um sábado e domingo, onde normalmente as pessoas passam se divertindo? Então, podem reclamar à vontade da segunda-feira.

Desde a semana passada decidi que preciso me dedicar com afinco à malhação. Já estava matriculado fazia seis meses nessa nova academia, porém não havia ido um dia sequer. Gostei do clima, das pessoas, dos professores e da minha série. Gostar da séria é fundamental para que se consiga ir a academia. Já é ruim você ter que ir a um lugar de que não gosta, agora imagina se for sabendo que irá sofrer muito.

Minha maior luta é contra o horário. Estipulei que quero malhar às 7 da manhã. No entanto, não consigo dormir antes da meia noite. Uma briga só. Ontem, por exemplo, acabou o BBB e eu cismei de colocar um dvd pra assistir. Resumo: dormi às 2 da manhã e não consegui acordar às 7. Sendo assim, hoje, excepcionalmente, irei a academia a noite (se Deus quiser e nenhum evento ou a preguiça me atrapalhar).

Amanhã eu conto!

25.2.08

And Oscar goes to...


Ontem foi a tão esperada noite do Oscar, e eu, para variar, não consegui assistir a todos os concorrentes de melhor filme. Pelo menos reservei meu final de tarde de domingo para ver "Onde os Fracos Não Têm Vez", o grande vencedor da noite. Gostei muito do filme, em um estilo como não via há tempos. Me lembrei muito da minha amiga Ana Paula Maia. O roteiro é bem parecido com os textos que ela escreve. Divertido e mórbido. Publico a lista dos vencedores e concorrentes abaixo para não esquecer de ver nenhum.

Melhor Filme

‘Desejo e Reparação’
‘Juno’
‘Conduta de Risco’
‘Onde os Fracos Não Tem Vez’
‘Sangue Negro’

Melhor Diretor

Paul Thomas Anderson, por ‘Sangue Negro’
Ethan e Joel Coen, por ‘Onde os Fracos Não Tem Vez’
Tony Gilroy, por ‘Conduta de Risco’
Jason Reitman, por ‘Juno’
Julian Schnabel, por ‘O Escafandro e a Borboleta’

Melhor Ator

George Clooney, por ‘Conduta de Risco’
Daniel Day-Lewis, por ‘Sangue Negro’
Johnny Depp, por ‘Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet’
Tommy Lee Jones, por ‘No Vale das Sombras’
Viggo Mortensen, por ‘Senhores do Crime’

Melhor Atriz

Cate Blanchett, por ‘Elizabeth: A Era de Ouro’
Julie Christie, por ‘Longe Dela’
Marion Cotillard, por ‘Piaf: Um Hino ao Amor’
Laura Linney, por ‘A Família Savage’
Ellen Page, por ‘Juno’

Melhor Ator Coadjuvante

Casey Affleck, por ‘O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford’
Javier Barden, por ‘Onde os Fracos Não Tem Vez’
Philip Seymour Hoffman, por ‘Jogos do Poder’
Hal Holbrook, por ‘Natureza Selvagem’
Tom Wilkinson, por ‘Conduta de Risco’

Melhor Atriz Coadjuvante

Cate Blanchett, por ‘Eu Não Estou Aqui’
Ruby Dee, por ‘O Gângster’
Saoirse Ronan, por ‘Desejo e Reparação’
Amy Ryan, por ‘Medo da Verdade’
Tilda Swinton, por ‘Conduta de Risco’

Melhor Roteiro Original

Diablo Cody, por ‘Juno’ Nancy Oliver, por ‘Lars and the Real Girl’
Tony Gilroy, por ‘Conduta de Risco’
Brad Bird, por ‘Ratatouille’
Tamara Jenkins, por ‘A Família Savage’

Melhor Roteiro Adaptado

Christopher Hampton, por ‘Desejo e Reparação’
Sarah Polley, por ‘Longe Dela’
Ronald Harwood, por ‘O Escafandro e a Borboleta’
Ethan e Joel Coen, por ‘Onde os Fracos Não Têm Vez’
Paul Thomas Anderson, por ‘Sangue Negro’

Melhor Filme Estrangeiro

‘Beauford’, de Israel
‘The Counterfeiters’, da Áustria ‘12′, da Rússia
‘Mongol’, do Cazaquistão
‘Armadilha’, da Sérvia

Melhor Animação

‘Persépolis’
‘Ratatouille’
‘Tá Dando Onda’

Melhor Fotografia

‘O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford’
‘Desejo e Reparação’
‘Onde os Fracos Não Têm Vez’
‘O Escafandro e a Borboleta’
‘Sangue Negro’

Melhor Edição

‘Ultimato Bourne’
‘O Escafandro e a Borboleta’
‘Na Natureza Selvagem’
‘Onde os Fracos Não Têm Vez’
‘Sangue Negro’

Melhor Direção de Arte

‘O Gângster’
‘Desejo e Reparação’
‘A Bússola de Ouro’
‘Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet’
‘Sangue Negro’

Melhor Figurino

‘Across The Universe’
‘Desejo e Reparação’
‘Elizabeth: A Era de Ouro’
‘Piaf: Um Hino ao Amor’
‘Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet’

Melhor Maquiagem

‘Piaf: Um Hino ao Amor’
‘Norbit’
‘Piratas do Caribe: No Fim do Mundo’

Melhor Trilha Sonora

‘Desejo e Reparação’
‘Na Natureza Selvagem’
‘Conduta de Risco’
‘Ratatouille’
‘Os Indomáveis’

Melhor Canção

Raise it Up, de ‘O Som do Coração’
Happy Working Song, de ‘Encantada’
So Close, de ‘Encantada’
That’s How You Know, de ‘Encantada’
Falling Slowly, de ‘Once’

Melhor Som

‘O Ultimato Bourne’
‘Onde os Fracos não Têm Vez’
‘Ratatouille’
‘Os Indomáveis’
‘Transformers’

Melhor Edição de Som

‘O Ultimato Bourne’
‘Onde os Fracos não têm Vez’
‘Ratatouille’
‘Sangue Negro’

Melhores Efeitos Visuais

‘A Bússola de Ouro’
‘Piratas do Caribe: no Fim do Mundo’
‘Transformers’

Melhor Documentário

‘No End in Sight’
‘Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience’
‘S.O.S Saúde’
Taxi to the Dark Side’
‘War Dance’

Melhor Curta-Metragem

‘At Night’
‘Il Supplente’
‘Le Mozart des Pickpockets’
‘Tanghi argentini’
‘The Tonto Woman’

Melhor Documentário em Curta-Metragem

‘Freeheld’
‘La Corona’
‘Salim Baba’
‘Sari’s Mother’

Melhor Animação em Curta-Metragem

‘Même les Pigeons Vont au Paradis’
‘I Met the Walrus’
‘Madame Tutli-Putli’
‘Moya Lyubov’
‘Peter and the Wolf’

22.2.08

OSCAR 2008

Contagem regressiva para Oscar desse ano. Dos cinco concorrentes ainda falta assitir a três filmes: Sangue Negro (o favorito), Conduta de Risco e Onde os Fracos não têm vez.
Já fiz uma promação intensa para conseguir cumprir a meta até domingo. Os outros dois concorrentes, Juno e Desejo e Reparação assisti durante a semana. O primeiro começou dando indício de ser mais um filme adolescente independente com um roteiro levemente fora do padrão. Porém a partir da segunda metade o filme ganha fôlego e surpreende. Acho difícil ganhar, já que nem A Pequena Miss Sunshine, que é infinitamente melhor, conseguiu tal proeza. De qualquer maneira, vale também a indicação da jovem Ellen Page. A menina é simplesmente deliciosa em cena.
Desejo e Reparação também não deve levar a estatueta. Eu pelo menos não daria o Oscar para o filme. É legalzinho, tem um roteiro interessante, mas não passa disso. Nada demais!

8.4.07

Bate-Papo: Paulo Gustavo

Quem é o cara por trás da dona de casa que é a sensação da temporada teatral carioca



- Me vê por favor um café! Não, não, me dá um suco e um sanduíche natural. Não, faz o seguinte, me dá o café, um sanduíche e uma água. Olá querido, tudo bom? Vai assistir a peça hoje, né? E aí menina, tudo bom? Você tá namorando? Essa menina da bilheteria é a mais bonita de todas.

Paulo Gustavo é assim, agitado. Fala de tudo e com todos ao mesmo tempo. A rapidez com que se comunica não atrapalha a pontuação perfeita das frases. Tudo acompanhado de muitos gestos. Segundo o próprio, talvez esta energia seja a única semelhança que o aproxima com a personagem Dona Hermínia que interpreta no espetáculo “Minha Mãe é uma Peça”.

Há quase um ano em cartaz, a peça é um sucesso absoluto tanto de público quanto de crítica. Assim como aconteceu com outros espetáculos do gênero besteirol, “Minha Mãe...” começou no pequeno teatro Cândido Mendes e depois do boca-a-boca favorável alçou vôos maiores e agora está na suntuosa Sala Fernanda Montenegro, no Teatro Leblon – endereço na Zona Sul do Rio cobiçado pelos grandes espetáculos. Apesar de Paulo afirmar ser uma pessoa inquieta e que não consegue ficar muito tempo fazendo a mesma coisa, a peça certamente terá vida longa. Do Leblon ela segue para o Teatro Miguel Falabella, em seguida Niterói e depois rodará o Brasil.

Nosso bate-papo aconteceu num café ao lado do teatro. Pontual, Paulo chegou às 19h. conforme o combinado. Carregando uma mochila nas costas, sentou-se só depois de cumprimentar um monte de gente no hall. A conversa foi relativamente rápida, pois antes de entrar em cena a personagem exige maquiagem e preparação vocal específica. Não é à toa que sua interpretação lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Shell desse ano. Mesmo com sessões esgotadas, filas na porta do teatro e engarrafamento de vans trazendo senhoras de todo o Rio de Janeiro a peça continua sem patrocínio. É a dura realidade do teatro brasileiro.

Quem é a Dona Hermínia? Ela é uma mãe moradora de Ipanema ou do subúrbio carioca?
Eu não sei onde a D. Hermínia mora. (risos). Mas não é em Ipanema. Ipanema é um bairro mais nobre, né? Essa mãe é um pouco. Um pouco não, ela é bem suburbana. Quer dizer, ela não é suburbana. É até engraçado, porque nunca falei muito sobre isso. É chato falar que só porque a pessoa é histérica, doida e maluca jogam logo pro suburbano. Existem “donas Hermínias” em Ipanema e no Leblon. Ela é bem escrachada, ela é estridente, doida. Mas ela é como toda mãe é nos momentos de loucura. Mesmo uma mãe muito centrada é só o filho ficar um dia sem ligar que ela já fica “volta agora, volta agora”. Ela é doida nesse sentido. Mas não acho que seja suburbana, embora ache que ela vai fazer muito sucesso no teatro Miguel Falabella, na Zona Norte.

A peça te exige uma mudança completa no timbre da voz, com uma rouquidão que deve ser difícil de manter. Como você faz?
Minha voz é da Rose Gonçalves. É ela quem cuida. Tem que beber muita água e evitar falar muito no telefone. Todo mundo fica bobo quando a peça acaba e me vê falando normalmente. Tem dia que acabo o espetáculo e estou meio que gritando. Quando acabo e vou agradecer ao público, falo com outra voz e as pessoas ficam pensando “mas ele tava rouco agora há pouco!”.

O que você tem de Dona Hermínia na sua personalidade?
Eu não tenho nada a ver com a Dona Hermínia. Só a hiper-atividade dela. A energia. Já a minha mãe é totalmente Dona Hermínia.

Sua mãe é muito participativa da sua vida? O que ela achou de se ver no palco?
Ela é. Ela me perturba (risos). Minha mãe adora a peça. Ela sempre dá um jeito das pessoas saberem que é ela. Ela diz assim “Meu filho, é meu filho... ”. Alguma coisa ela tem que fazer pra chamar a atenção.

“Minha Mãe é uma Peça” foi escrito por você para ser um esquete. Quando virou um monólogo com mais de uma hora?
Antes de me formar na CAL fiz uma participação na peça Surto, onde entrava com essa personagem da mãe. Entrei para fazer um final de semana e fiquei cinco meses. Depois me formei e montei uma peça chamada Infraturas, escrito pelo Fábio Porchat e dirigido pela Malu Valle. Ficamos em cartaz 8 meses. Quando acabou fiquei sem ter o que fazer e as pessoas começaram a dizer para eu aumentar o texto da mãe. Comecei a observar o dia-a-dia das donas de casa e da minha mãe, que me inspirou bastante. Daí escrevi “Minha Mãe é uma Peça”.

A estrutura familiar da peça também foi inspirada na sua vida?
Não é idêntica porque lá em casa sou eu e minha irmã. E minha mãe adora a minha madrasta, que, aliás, não é novinha como a da peça.

Com todo o sucesso do espetáculo, com a indicação para o Prêmio Shell, o que espera daqui pra frente?
As pessoas me perguntam “e agora, qual é a próxima peça?”. Daí eu digo: “calma, acabei de estrear, a peça ainda tá fazendo sucesso”. Não sei se agüentaria ficar quatro anos com ela. Primeiro porque é monólogo e segundo porque sou um cara hiper ativo. Já estou vendo um espetáculo de Molière, mas vou esperar um pouquinho, porque fazer sucesso no teatro é tão difícil, então estou agradecendo a Deus todos os dias e fazendo a peça com o maior prazer. Quero viajar com ela. Já recebi vários convites de ir para Portugal, Brasília, São Paulo. Vou para todos esses lugares, curtir bastante e depois volto com outra peça.

Você ficou com medo de cair na caricatura e fazer da Dona Hermínia uma Drag Queen do tipo Rose Bombom ou Suzi Brazil? A
doro Rose Bombom (risos). Cair na caricatura sempre cai, porque é um homem fazendo mulher, então já é uma caricatura. Não tem como fugir. Mas eu procurei junto com o João Fonseca (diretor do espetáculo) fazer com que a coisa ficasse o menor possível para ficar bem natural. Fizemos isso justamente pra não virar uma drag queen no palco. O João foi quem me dirigiu e sou muito grato por isso, porque ele é um puta diretor, um cara supersensível. Fiquei apaixonado pelo trabalho dele e meu próximo trabalho é ele que vai dirigir de novo.
Todo mundo me fala que começa a ver a peça e depois de 15 minutos esquecem que sou eu e vê uma mãe, uma mulher. Acho que é porque faço de uma forma bem sutil e leve. Tento ao máximo deixar essa mulher entrar em mim.

Você começou a fazer teatro já depois de adulto, com 24, 25 anos. Como foi esse processo?
Comecei um pouco tarde. Tinha feito teatro em 1996 em Niterói, onde moro, num curso de extensão dentro da UFF com a Alice carvalho. Fiz um ano e pouco. Lá era mais teórico do que prático. Depois me desliguei um pouco. Fiz turismo na Facha, fui morar em NY, onde trabalhei como garçom daí voltei e resolvi entrar na CAL. A CAL mudou minha vida. Não pensei em outra coisa.

Mas de onde veio a idéia de fazer turismo?
Eu sou um cara que gosto de viajar. Na faculdade de turismo tem um curso ótimo de ambientação florestal. Me interesso muito em entrar no Jardim Botânico, por exemplo, e conhecer as árvores. Eu sou meio esquisito. Ao mesmo tempo que amo teatro, adoro o Egito, estudar umas coisas tipo Faraó, sei lá. Me interesso por essas coisas. Adoro ver esses programas na TV. Discovery é meu canal preferido. Mas a minha profissão, que amo mesmo, é o teatro. Pretendo viver disso.

E essa história de que as pessoas acham a foto da personagem no cartaz parecida com a Marieta Severo?
Isso é engraçado. Tem gente que acha que é a Marieta Severo que faz a peça por causa da foto no cartaz. A gente tem o queixo igual e aquela coisa dos bobes no cabelo fica a cara da Nenê da Grande Família. Outro dia a Marieta estava aqui no teatro e eu falei pra ela que estava fazendo sucesso por causa dela. Daí fui mostrar o cartaz e rimos muito.

Você não veio de uma família de atores. Pra você foi difícil entrar nesse metiêr?
Minha família não tem atores. Tem artistas. Minha mãe é cantora, meu tio é pintor, minha tia é escultura. Teatro é complicado como toda profissão. Mas no teatro e no cinema existe aquela coisa que falam de teste. Isso é a maior mentira. Não existe teste. As pessoas fazem uma peça e convidam quem elas querem. Ou então você me conhece, eu te indico, você faz um teste e o cara gosta. Eu acabei conquistando isso sozinho, só mesmo com o sucesso da peça.

Você já teve algumas participações na televisão. Este é um veículo que te atrai?
Acabei de fechar contrato para fazer o “Sítio do Pica Pau Amarelo” e no passado já gravei vários programas e pilotos. É um veículo diferente. Me atrai, mas é totalmente diferente do teatro. Quando cheguei fiquei com um pouco de dificuldade. Depois fui relaxando. A primeira coisa que fiz na TV foi o “Zorra Total”, que gravei com o Shermann (Maurício, diretor). Ele já tinha visto a minha peça então já me conhecia e eu cheguei lá mais tranqüilo. Depois gravei com o Alvarenga (José Alvarenga Júnior, diretor) que também assistiu a minha peça, gostou e me chamou para fazer “A Diarista” e “Minha Nada Mole Vida”. Eu gosto de televisão.
Cinema eu tive o meu primeiro contato agora no filme do Jorge Fernando que chama “A Guerra dos Rocha”. Mas o meu papel se você espirrar não vê. É curto, mas foi ótimo pra conhecer.

O que rende uma boa história, que faça as pessoas rirem?
Eu tenho uma coisa que estou escrevendo, mas não posso falar agora. É uma idéia tão boa que tenho medo de falar. Sempre fico pensando muito na platéia. O que vou fazer no palco e que vai fazer as pessoas ficarem entretidas durante uma hora? No caso, dei sorte com a mãe, porque ela é comédia, que é mais bem vinda que qualquer outro estilo de teatro. Mas na peça também falo da solidão, porque a mãe está sempre sozinha.

Você é um cara jovem e que costuma sair muito. É na rua que recolhe boas histórias?
É. Sou uma pessoa que não consigo dormir. Sou muito agitado. O pior é que agora estou vindo morar no Leblon e já estou até com medo, porque eu não vou agüentar ficar em casa. Livraria aberta até 5 manhã? A-D-O-R-O!!!

2.3.07

Feliz Ano Novo

Agora sim o ano começou. Feliz Ano Novo a todos! 2007 promete...