Boates, chapinhas e sotaques
Acabo de voltar de um final de semana em São Paulo. Confesso que nunca fui fã da terra da garoa, mas de um tempo pra cá tenho tentado me tornar um Ser mais globalizado e extrair o melhor de cada lugar que me proponho conhecer. São Paulo tem uma noite agitada, bares diversificados, boates, teatros e extensa programação cultural. Tudo que possa me distrair o suficiente para esquecer o trânsito infernal, as filas colossais do metrô e a paisagem de cimento.
Neste curto período em que estive em Sampa - cinco dias para ser mais preciso – consegui ocupar meu tempo a ponto de não me lembrar que estava há quilômetros de distância da praia. Fiz novas amizades, aprendi a me locomover sozinho naquela selva de pedra e finalmente conheci o Masp, o qual sempre tive grande curiosidade.
No entanto, tem algumas coisas que não dá para entender entre os paulistas. Antigamente a única que me irritava era o sotaque. Aquela quantidade de “enes” carregando as frases e os “erres” pronunciados de forma enfática doíam meus tímpanos. As frases construídas com gerundismo e que virou mania nacional e chacota entre os intelectuais também sempre foi difícil de engolir. Isso sem contar a tradicional rivalidade com nós cariocas e a nítida inveja que sentem do nosso “carioca way of life”.
Tudo bem. Todas essas adversidades foram superadas. Hoje não sinto raiva nem do português mal conjugado pela maioria dos paulistanos. Acho até bonitinho quando vejo um daqueles torcedores corinthianos dando entrevista na tevê. Minha bronca é outra. Por quê os paulistanos são adeptos incondicionais da ultrapassada chapinha? Posso afirmar que eles vivem sob a ditadura do cabelo liso. É impressionante, nunca vi nada igual. É na boate, é no botequim, é no shopping, os cabelos lisos balançam em todos os lugares. Homens e mulheres preferem ficar a noite inteira parados dentro de uma boate a arriscar alguns passos, terminar suados e com o cabelo frisado. Eu me senti um estranho no ninho. Meu cabelo encaracolado além de não fazer sucesso foi alvo de duras críticas e inúmeras tentativas de alisamento. Confesso que quase me rendi no último dia e entreguei meus cachos dourados a uma dessas maquininhas que deixam o cabelo parecendo que foi lambido por um boi. Porém, no último momento minha personalidade falou mais alto e vi que o problema era com eles e não comigo. Felizmente fui embora no dia seguinte deixando para trás o modismo fora de moda dos paulistas e trazendo na mala boas lembranças de amigos verdadeiros que fiz. Com chapinha, mas amigos verdadeiros.
2 Comentários:
Pois eis a minha dúvida: por que todo carioca acha que é sinal de inteligência repetir um monte de obviedades e chavões estereotipados que são motivo de sarro não apenas pra elite cultural do país, mas também pra quem tem mais de 1/3 de cérebro. E como alguém que utiliza "chapinha" como fiel da balança acha que vai possuir algum crédito ou credibilidade junto a qualquer leitor?
Sai da praia e vai ler um livro.
De um paulista sem chapinha.
Concordo com vc !! Amigo paulista !!
Cariocas tem essa mania feia e suja de criticar nos paulistas .
Olhe a foto do colunista , feio , mal educado e com trejeitos um tanto quanto duvidoso !! Nada contra os gays , mas esse no minimo e mal amado .
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